Origens

 

ORIGENS / CONSTRUÇÃO / INAUGURAÇÃO / CINEMA / TOMBAMENTO / RESTAURAÇÃO

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Juiz de Fora ainda se atribuía ares europeus quando autoridades do município e da província e a nata da sociedade local se engalanaram para solenemente inaugurar o Cine-Theatro Central, em 30 de março de 1929. Havia a pouco terminado nossa Belle Époque, aquela era de ouro em que, progredindo a passos largos e com um perfil industrial e cosmopolita tão inusitado para uma cidade da Minas agrária e barroca, a cidade inspirara comparações desbragadas a poetas e intelectuais de passagem por suas plagas: era a Manchester Mineira, graças ao ritmo frenético de suas fábricas; a Atenas Mineira, em função de sua efervescência cultural e artística; e ainda a Barcelona Mineira, por seu comércio pujante.

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A cidade civilizava-se, já notava em 1920 o poeta Murilo Mendes em uma de suas crônicas mundanas no jornal local “A Tarde”. A proximidade com a capital do país – o Rio de Janeiro afrancesado do início do século – foi circunstância geográfica determinante para o espírito moderno, empreendedor e sofisticado de Juiz de Fora naquela época. Deste civilizar-se tão festejado pelo poeta, fazia parte o roteiro de programação chique da sociedade elegante: frequentar os teatros para assistir a óperas,concertos e apresentações de companhias dramáticas.Idealizado pela elite desta sociedade e com sua beleza clássica, o Cine-Theatro Central foi a mais perfeita tradução da imagem em alta conta que os próprios juizforanos tinham de si mesmos. Décadas depois, o Central permanece não somente como o símbolo de uma época, mas como um espaço vivo e aberto de celebração da arte.